sexta-feira, 26 de junho de 2009

Orfeu Negro, hoje às 22h

«Fomos de táxi para o cinema. O filme, uma espécie de pioneiro, devido ao seu elenco composto sobretudo por negros brasileiros, fora rodado nos anos 50. A história era simples: o mito dos amantes infelizes, Orfeu e Eurídice, transposto para as favelas do Rio, durante o Carnaval. No esplendor do Technicolor, tendo como pano de fundo um cenário de colinas verdes, uns brasileiros negros e cor de café com leite cantavam e dançavam e tangiam as suas guitarras como pássaros felizes de plumagem colorida. A meio do filme, achei que já vira o suficiente e virei-me para a minha mãe para ver se estaria disposta a sair. Mas o seu rosto, iluminado pelo reflexo azulado do ecrã, tinha um olhar nostálgico. Nesse momento, senti como se me tivessem proporcionado uma janela para o seu coração, o coração impulsivo da sua juventude.»

Barack Obama no livro A Minha Herança, Casa das Letras, 2008



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