sábado, 3 de outubro de 2009

European Culture Forum

Realizou-se no início da semana passada mais um European Culture Forum, desta vez em Bruxelas. Oportunidade para fazer o ponto da situação dos objectivos estratégicos da Agenda Cultural europeia (a saber, promoção da diversidade cultural e do diálogo intercultural, a cultura como catalisador da criatividade no quadro da Estratégia de Lisboa e, por fim, a cultura como elemento vital das relações externas). O primeiro dia serviu fundamentalmente para mostrar alguns projectos, de natureza transnacional, promovidos pelos programas de financiamento da Comissão (sendo que uma das iniciativas apresentadas como exemplo foi o programa Prospero, projecto de criação teatral que junta esforços de entidades tão diversas como o CCB ou a Schaubune de Berlim, e no quadro do qual o espectáculo do Teatro Praga, Padam Padam, foi estreado esta semana). O segundo e o terceiro dia destinaram-se a discutir os três objectivos da agenda e rapidamente nos apercebemos da dificuldade em ver cada um destes pontos evoluir para lá retórica. Qualquer um dos objectivos propostos é oportuno e contém a densidade necessária para contribuir para um reposicionamento estratégico do projecto europeu, mas desde que sejam capazes de ser colocados pragmaticamente em prática. Provavelmente mais do que em qualquer outra área há, de forma notória, uma dificuldade em passar das intenções à prática. Ainda assim, foram discutidas questões muito interessantes, mas complexas, como a mobilidade dos artistas e profissionais da cultura de países terceiros dentro da Europa (questão que inclui problemáticas relacionadas com a protecção social ou a fiscalidade), a necessidade ou oportunidade de uma política industrial para as indústrias culturais e criativas, o financiamento das actividades culturais e criativas e formas de contornar a frágil avaliação do risco por parte das instituições bancárias, a pirataria e a propriedade intelectual ou formas de incorporar a cultura nos negócios estrangeiros, desenhando uma nova diplomacia cultural para um mundo reorganizado por áreas de influência regionais e culturais.



[Ilustração de Rui Sousa/ carnet-de-voyage-rs ]

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